sábado, 12 de janeiro de 2013

O que é a ciência?



A ciência tem de envolver mais do que a mera catalogação de factos e do que a descoberta, através da tentativa e erro, de maneiras de proceder que funcionam. O que é crucial na verdadeira ciência é o facto de envolver a descoberta de princípios que subjazem e conectam os fenómenos naturais.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

ALUCINAÇÃO



Mesmo que não esteja a dormir, posso estar a alucinar. Alguém pode ter deitado uma droga no meu café que provoque alterações mentais de forma que me pareça ver coisas que na verdade não existem. Talvez não tenha realmente uma caneta na mão; talvez não esteja de facto sentado frente a uma janela num dia soalheiro. Se ninguém deitou LSD no meu café, talvez aconteça apenas que atingi um tal estado de alcoolismo que comecei a alucinar. Contudo, apesar de esta ser uma possibilidade, é altamente improvável que possa prosseguir tão facilmente a minha vida. Se a cadeira onde estou sentado é apenas imaginária, como pode ela sustentar o meu peso? Uma resposta a isto é que eu posso desde logo estar a alucinar que estou sentado: posso pensar que me vou sentar numa confortável poltrona quando de facto estou deitado num chão de pedra e tomei um alucinogénio, ou bebi uma garrafa inteira de Pernod.

sábado, 13 de outubro de 2012

ETNOCENTRISMO

TAREFA:
Depois de visionares o vídeo com atenção elabora um pequeno texto sobre os perigos do etnocentrismo. (Deixa o teu texto na caixa dos comentários.)

sábado, 29 de setembro de 2012

PESSOA


Pessoa tem origem no latim persona, que é "soar através".
A palavra "pessoa" designava a máscara usada por um ator no teatro clássico. Ao colocarem máscaras, os atores desempenhavam uma personagem.
Mais tarde, o termo pessoa teve um sentido jurídico, que servia para designar, no direito romano, aquele que tem uma existência civil e que tem direitos. Depois, o Estoicismo deu à ideia de pessoa um significado moral.
O Cristianismo afirma a imortalidade da pessoa, que, por ter consciência dos seus atos, é sujeita a punição e pena. Assim, através da ideia de imortalidade, existe lugar à crença no sujeito e na sua identidade, como ser único dotado de corpo e alma e de características que lhe são próprias, que fazem o conjunto da sua personalidade. Porque tem consciência de si e da sua identidade, a pessoa pode reconhecer-se como autor dos seus atos e com capacidade para julgá-los. Ser uma pessoa é ser dotado de consciência e de razão.
De um modo geral, ser uma pessoa está associado à existência de racionalidade, consciência de si, controlo e capacidade para agir, etc.

domingo, 23 de setembro de 2012

PROMETEU ACORRENTADO


O Mito de Prometeu


O Céu e a Terra já estavam criados. A parte ígnea, mais leve, tinha-se espalhado e formado o firmamento. O ar colocou-se de seguida. A terra, como era mais pesada, ficou por baixo e a água ocupou o ponto inferior, fazendo flutuar a terra. Neste mundo assim criado, habitavam as plantas e os animais. Mas faltava a criatura na qual pudesse habitar o espírito divino.
Foi então que chegou à terra o Titã Prometeu, descendente da antiga raça de deuses destronada por Zeus. O gigante sabia que na terra estava adormecida a semente dos céus. Por isso apanhou um bocado de argila e molhou-a com um pouco de água de um rio. Com essa matéria fez o homem, à semelhança dos deuses, para que fosse o senhor da terra. Tirou das almas dos animais características boas e más, animando assim a sua criatura. E Atena, deusa da sabedoria, admirou a criação do filho dos Titãs e insuflou naquela imagem de argila o espírito com o sopro divino.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O Homem é um animal político

O texto aristotélico da Política teve uma grande influência no desenvolvimento da ciência política. A passagem selecionada contém a célebre definição aristotélica do homem como “animal político” (zoon politikón).
“E evidente que a cidade faz parte das coisas naturais, e que, o homem é por natureza um animal político”. E aquele que por natureza, e não simplesmente por acidente, se encontra fora da cidade ou é um ser degradado ou um ser acima dos homens, segundo Homero (Ilíada IX, 63), denuncia, tratando-se de alguém sem linhagem, sem lei, sem lar.
Aquele que é naturalmente um marginal ama a guerra e pode ser comparado a uma peça fora do jogo. Daí a evidência de que o homem é um animal político mais ainda que as abelhas ou que qualquer outro animal gregário. Como diremos frequentemente, a natureza não faz nada em vão: ora, o homem é o único entre os animais a ter linguagem [logos]. O simples som é uma indicação do prazer ou da dor, estando, portanto presente em outros animais, pois a natureza consiste em sentir o prazer e a dor e em expressá-los, Mas a linguagem tem como objetivo a manifestação do vantajoso e do desvantajoso, e, portanto do justo e do injusto. Trata-se de uma característica do homem ser ele o único que tem o senso do bom e do mau, do justo e do injusto, bem como de outras noções deste tipo. “É a associação dos que têm em comum essas noções, que constitui a família e o Estado”.

Por que, segundo Aristóteles, devemos afirmar que o homem é um animal político? (Deixa a tua resposta na caixa dos comentários.)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Fases do desenvolvimento da criança

Introdução
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suiça em 1896 e faleceu em 1980. Estudou a evolução do pensamento desde o nascimento até a adolescência, procurando entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo. Como epistemológico, investigou o processo de construção do conhecimento, sendo que nos últimos anos de sua vida centrou seus estudos no pensamento lógico e matemático.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Alterações Climáticas - Todos somos responsáveis

As mudanças climáticas são a maior ameaça ambiental do século XXI, com consequências profundas e transversais a várias áreas da sociedade: económica, social e ambiental.
Todos nós, sem excepção, estamos a ser afectados por esta questão: cidadãos comuns, empresas, governos, economias e, mais importante de todos, a natureza.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

POR QUE RAZÃO HAVEMOS DE SER MORAIS?

"Por que razão devo agir moralmente?" é uma questão de tipo diferente das que tratámos até agora. Perguntas como "Por que razão devo tratar pessoas de grupos étnicos diferentes com base na igualdade?" ou "Por que razão é o aborto justificável?" procuram razões éticas para agir de uma certa forma. São perguntas feitas do interior da ética. Pressupõem uma perspectiva ética. "Por que razão devo agir moralmente?" situa-se a outro nível. Não se trata de uma pergunta que se faz no interior da ética mas de uma questão acerca da ética.
"Por que razão devo agir moralmente?" é, pois, uma pergunta a respeito de algo que normalmente é admitido como ponto de partida. Essas perguntas são incómodas. Alguns filósofos acharam esta pergunta tão desconcertante que a rejeitaram por ser logicamente imprópria, por ser uma tentativa de perguntar algo a que não se pode dar uma resposta apropriada.

O ANEL DE GIGES

Há dois mil e quinhentos anos, no dealbar do pensamento filosófico ocidental, Sócrates tinha reputação de ser o homem mais sábio da Grécia. Um dia, Gláucon, um jovem ateniense abastado, desafiou-o a responder a uma questão sobre como havemos de viver. O desafio constitui um elemento-chave na República de Platão, uma das obras estruturantes da história da filosofia ocidental. É também uma formulação clássica de uma escolha última.
Segundo Platão, Gláucon começa por contar uma vez mais a história de um pastor que servia o soberano de Lídia. Um dia, estava o pastor com o seu rebanho quando se abateu uma tempestade sobre o local onde se encontrava e se abriu um abismo no solo. Ele desceu pelo abismo e, uma vez lá no fundo, encontrou um anel de ouro, que colocou no dedo. Alguns dias depois, sentado com outros pastores, calhou começar a brincar com o anel e, para seu espanto, descobriu que, quando girava o anel de determinada forma, tornava-se invisível aos olhos dos seus companheiros. Uma vez feita esta descoberta, arranjou maneira de ser um dos mensageiros enviados pelos pastores ao rei, para dar conta do estado dos rebanhos. Chegado ao palácio, usou o anel para seduzir a rainha, conspirou contra o rei, matou-o e, assim, obteve a coroa.

POR QUE RAZÃO HAVEMOS DE SER MORAIS?

Por que razão havemos de ser morais? Esta pergunta exige razões para agirmos moralmente. Quem faz esta pergunta pode aceitar que é incorrecto matar crianças por prazer, por exemplo. Essa pessoa não quer saber o que é correcto ou incorrecto; o que ela quer saber é se há alguma razão para fazer o que é correcto (e para não fazer o que é incorrecto). Do mesmo modo, uma pessoa pode aceitar que, quando se vai à praia, se deve levar toalha; mas essa pessoa pode perguntar que razões há para ir à praia. Analogamente, pode aceitar-se que, se agirmos moralmente, não devemos matar crianças por prazer; mas ao mesmo tempo pode perguntar-se que razões há para agir moralmente.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ética e subjectivismo

O subjectivismo sustenta que os juízos morais descrevem a maneira como sentimos. Afirmar que algo é um "bem" consiste em dizer que temos um sentimento positivo a seu respeito. A perspectiva do observador ideal é um refinamento desta posição; diz-nos que os juízos morais descrevem o que sentiríamos se fossemos inteiramente racionais.
Neste capítulo, iremos ouvir duas colegas imaginárias, ambas chamadas "Ana". A Ana Subjectivista irá defender o subjectivismo e a Ana Idealista a perspectiva do observador ideal. Iremos igualmente considerar algumas objecções a cada um destes pontos de vista.
2.1 Ana Subjectivista
Chamo-me Ana Subjectivista; mas, dado a minha colega também se chamar "Ana", habitualmente tratam-me por "Sub". Adoptei o subjectivismo ao compreender que a moral é profundamente emocional e pessoal.